A trajetória de Song Young-kyu: do teatro à TV e ao cinema
Quando se fala em veteranos marcantes da arte sul-coreana, o nome de Song Young-kyu aparece com força entre fãs de diferentes gerações. Ele nasceu em abril de 1970 e construiu sua base no palco, formando-se em teatro pela prestigiada Seoul Arts College. No início dos anos 90, Song era visto principalmente nos bastidores de musicais para crianças, dando vida ao universo lúdico de 'Taoist Meoteol', sua estreia profissional em 1994. Ali, enquanto os musicais pouco eram valorizados no mainstream coreano, ele cravava seu espaço com dedicação e carisma.
O salto para as telas aconteceu aos poucos – antes que os k-dramas dominassem o planeta. Song participou do filme 'Turn It Up' em 2002, e depois mergulhou nos seriados, como 'Merry Mary' em 2007. Essa fase marcou sua versatilidade, transitando bem entre humor, drama policial e suspense. E foi justamente no cinema, cerca de dez anos atrás, que Song conquistou destaque em produções como 'A Hard Day', filme de ação aclamado, e 'Extreme Job', uma das comédias mais populares de 2019 na Coreia do Sul.
Quem acompanhava séries coreanas também se deparava com Song em 'Investigation Partners', atraindo outra legião de fãs. Mas para o público k-pop, ele ficou eternizado por sua atuação em 'Hwarang', entre 2016 e 2017, ao lado de V, do BTS, o que rendeu reconhecimento internacional e aumentou seu alcance nas redes.
Da sala de aula ao desafio pessoal: os outros lados do ator
Mesmo com a rotina intensa nas telas, Song não deixou de lado a ligação com a formação acadêmica. Ele atuava como professor especial em artes cênicas na Universidade Semyung, aproveitando para transmitir a futuros atores parte da disciplina, ética e paixão que marcaram sua carreira. Muita gente via nele uma ponte entre o teatro clássico e as tendências contemporâneas das narrativas coreanas.
Entre os méritos, Song acumulou também momentos delicados. Nos anos finais de vida, o ator virou alvo de manchetes por causa de um escândalo envolvendo suposto episódio de dirigir sob influência de álcool. Faltam detalhes confirmados, mas esse capítulo mostrou as dificuldades e cobranças enfrentadas mesmo por artistas consagrados.
Na esfera pessoal, Song Young-kyu deixava esposa e dois filhos, raramente expostos ao foco da mídia – um cuidado comum entre artistas asiáticos mais reservados. O anúncio de sua morte, em agosto de 2025, pegou fãs de surpresa e gerou homenagens especialmente daqueles que acompanharam sua jornada desde os musicais infantis até os blockbusters.
A despedida desse nome sólido no entretenimento coreano deixa uma sensação de vazio. Para além do glamour dos palcos e dos sets, Song Young-kyu será lembrado por quem valoriza a dedicação de quem soube construir pontes entre gerações, formatos e estilos no cenário tão dinâmico das artes visuais e cênicas da Coreia do Sul.