Desempenho da Sauber em Bakú
Quando o calendário de 2025 trouxe o Grande Prêmio do Azerbaijão, a Sauber já sabia que o intervalo entre o longo reto de 2,3 km e as curvas lentas de 90 graus exigiria um carro com um equilíbrio delicado. Gabriel Bortoleto chegou à pista com o objetivo de garantir, pelo menos, um lugar nas duas primeiras sessões de qualificação, mas acabou saindo da Q2 logo depois da mídia anunciar o início da segunda fase.
O piloto descreveu o traçado como "um dos mais miscelâneos da temporada", ressaltando que a combinação de alta velocidade e baixa velocidade penaliza equipes que não conseguem gerar carga aerodinâmica suficiente sem comprometer a velocidade reta. O C45, chassi da Sauber, foi projetado para preservar o fluxo de ar nas longas retas, mas essa escolha sacrificou aderência nas pontas de curva onde o freio e a tração são decisivos.
Jonathan Wheatley, diretor da equipe, confirmou que o circuito acabou destacando exatamente as fraquezas que o time vinha tentando resolver: "Bakú tirou o véu da nossa caixa de velocidade nas voltas lentas. O carro simplesmente não tem a carga que as equipes de ponta conseguem extrair nas curvas de baixa velocidade, e isso se reflete direto no tempo de qualificação."
Além da aerodinâmica, o asfalto de Bakú é conhecido por ser abrasivo e por mudar de temperatura rapidamente ao longo do fim de semana. Isso provocou um desgaste mais precoce dos pneus nas sessões de Q1, obrigando Bortoleto a gerir os compostos de forma mais conservadora, o que, por sua vez, reduziu a margem de manobra necessária para melhorar a volta.
Na corrida, o piloto terminou em 11º lugar, depois de uma estratégia que aproveitou bem os períodos de segurança e um pit stop bem cronometrado. Embora o resultado final não tenha sido brilhante, ele foi visto como um alívio após uma sessão de qualificação que quase deixou o carro fora da corrida.

Caminhos para melhorar nas próximas qualificações
Com as lições de Bakú ainda frescas, a Sauber já traçou um plano de ação. Entre as medidas que o time pretende implementar estão:
- Revisão das configurações da asa dianteira para ganhar mais carga nas curvas lentas sem perder demasiado nas retas.
- Adaptação da aerodinâmica do difusor posterior, visando melhorar o fluxo de ar e a pressão estática nas áreas críticas.
- Alteração do setup de suspensão para oferecer maior aderência mecânica nas curvas de baixa velocidade, compensando a perda de downforce.
- Teste de novos compostos de pneus em condições semelhantes ao asfalto de Bakú, procurando reduzir o desgaste precoce.
O feedback de Bortoleto será essencial nesses testes, já que ele conhece de perto os limites do C45 nos diferentes tipos de curva. A equipe também está analisando dados de telemetria para entender melhor como o carro reage nos longos períodos de alta velocidade, como a reta de 2,3 km, e como otimizar o arraste sem sacrificar a estabilidade.
O próximo passo da Sauber será colocar essas melhorias em prática no próximo circuito da temporada, que também exige alto desempenho aerodinâmico, mas tem menos necessidade de alta velocidade pura. Se tudo correr como planejado, a equipe pode esperar uma presença mais consistente nas três primeiras sessões de qualificação, reduzindo a pressão sobre Bortoleto e aumentando a chance de lutar por posições melhores durante as corridas.