Vaticano inicia eleição de novo papa: entenda como funciona o conclave

Como o Vaticano escolhe um novo papa após a morte de Francisco

A morte do papa Francisco mexeu com a rotina do Vaticano e de milhões de católicos ao redor do mundo. O que pouca gente sabe é que a escolha de um novo pontífice segue um roteiro repleto de tradição, rituais fechados e, claro, sigilo absoluto. O conclave, como é chamado o processo eleitoral, revira o imaginário e desperta curiosidade, ainda que quase nada vaze de dentro dos muros da Cidade do Vaticano.

Quando um papa morre, como aconteceu agora com Francisco, um verdadeiro cronômetro espiritual é acionado. O conclave não começa na mesma hora: os cardeais, que já começam a embarcar de todos os cantos do planeta, têm entre 15 e 20 dias para se apresentar em Roma e se preparar para uma das decisões mais importantes da Igreja Católica. Esse período serve, também, para conversas discretas e muito suspense.

O coração do conclave bate dentro da Capela Sistina, berço de algumas das maiores obras de arte da história, mas, agora, palco de debates intensos, orações coletivas e, sim, negociações. Só entram cardeais com menos de 80 anos – cerca de 120 homens, cada um trazendo não só sua fé, mas suas convicções políticas e culturais. Eles são responsáveis por eleger o novo líder espiritual para mais de um bilhão de fiéis.

Dentro do processo: segredo e tradição

Não existe lista oficial de favoritos. Os cardeais mais cotados só são conhecidos por rumores e apostas, mas ninguém dentro do Vaticano confirma nomes. O sigilo é absoluto: não entram celulares, as portas são trancadas, só se sai quando o mundo tiver um novo papa.

O processo de votação é meticuloso. Cada cardeal escreve o nome escolhido em uma cédula, dobra e deposita numa urna especial. São realizadas votações diariamente – cedo e à tarde –, sempre seguidas de momentos de oração e reflexão. Para ser eleito, é preciso alcançar dois terços dos votos. Se a escolha não acontece, as cédulas são queimadas com substâncias químicas que produzem fumaça preta. A cada rodada sem decisão, a tensão aumenta, dentro e fora do Vaticano.

Quando finalmente surge consenso, as cédulas são queimadas e, desta vez, a fumaça é branca. É o sinal que corre o mundo em segundos: o novo papa foi eleito. O anúncio oficial, feito na varanda da Basílica de São Pedro, sempre leva multidões às ruas de Roma e mexe com o planeta inteiro, sejam católicos praticantes ou não.

  • Até 120 cardeais menores de 80 anos podem votar.
  • Votação secreta com cédulas manuscritas.
  • Maioria de dois terços necessária para eleger o papa.
  • Fumaça branca anuncia o novo líder; fumaça preta indica que a votação continua.

O novo papa, logo após aceitar, escolhe o nome que vai carregar até o fim do pontificado e veste, pela primeira vez, a túnica branca. Para quem acompanha de fora, parece um espetáculo cheio de mistério. Para quem está dentro, a pressão e o peso histórico são imensos. Depois das formalidades, o mundo aguarda a primeira bênção: "habemus papam". Quem será o próximo a conduzir a Igreja Católica? A especulação já tomou conta das manchetes, mas só os cardeais sabem que nome pode surgir desta vez do segredo da Capela Sistina.

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