Anvisa proíbe três marcas de 'café fake' contaminadas com toxina e impurezas

Anvisa fecha o cerco ao 'café fake' e ordena retirada imediata

Pouca gente imagina, mas aquele café instantâneo que parece inofensivo pode esconder riscos sérios à saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) surpreendeu ao anunciar a proibição total de três marcas conhecidas desse produto: Melissa, Pingo Preto e Oficial. O motivo? Os lotes analisados estavam contaminados pela ocratoxina A, uma substância altamente tóxica que pode causar danos ao fígado e rins, além de ser considerada potencialmente cancerígena.

Esses cafés, que prometiam ser substitutos rápidos e práticos para o tradicional cafezinho, estavam à venda nos supermercados brasileiros, principalmente em regiões populares. As investigações começaram após denúncias e análises feitas pelo Ministério da Agricultura, que já havia rebaixado essas marcas em maio, alegando que eram impróprias para consumo humano.

O laudo laboratorial identificou, além da presença da toxina, uma quantidade absurda de impurezas: pedras, areia e até restos vegetais, ultrapassando em muito o limite de 1% permitido pela legislação. Imagine preparar seu café com uma mistura dessas? Não só é asqueroso, mas também um risco real de contaminação e doenças.

Outro ponto escandaloso foi a propaganda enganosa utilizada por essas marcas. Nos rótulos, a promessa era clara: produtos feitos com 'polpa de café' e 'café torrado e moído'. Na prática, o que se encontrou foram grãos crus, resíduos vegetais e ingredientes de qualidade baixíssima, muito distantes do café que o consumidor esperava levar para casa.

O que fazer se você comprou essas marcas?

A orientação da Anvisa é direta: pare imediatamente de consumir qualquer lote das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial. Consumidores que se sentirem lesados têm direito a exigir a troca dos produtos ou reembolso, com base nas normas do Código de Defesa do Consumidor. Vale lembrar que os supermercados, atacadistas e até pequenos comércios devem retirar urgentemente todos os exemplares dessas marcas das prateleiras.

Essa decisão mostra que o brasileiro precisa redobrar a atenção na hora de comprar produtos alimentícios, especialmente aqueles que parecem uma barganha boa demais para ser verdade. Afinal, o barato pode sair caro – e, nesse caso, perigoso à saúde. O episódio acende um alerta sobre a importância da vigilância sanitária e a necessidade de sempre ficar de olho nos rótulos, na procedência e na credibilidade das marcas que chegam à sua mesa.

Os próximos passos agora dependem das empresas, que devem responder ao chamado das autoridades e dos consumidores, além de reforçarem o controle de qualidade. Enquanto isso, quem quiser evitar dor de cabeça deve apostar em marcas tradicionais e desconfiar de preços muito abaixo do mercado.